AUTOPUNIÇÃO  NA VISÃO DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

AUTOPUNIÇÃO NA VISÃO DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

1 de junho de 2020 Off Por Claudio Lima

Autopunição é a punição que um indivíduo inflige a si mesmo, movido por um sentimento de culpa ou com a finalidade de um ganho maior, sem dúvida, espiritual.

Pasmem todos, além de nos punirmos pelos erros cometidos; ainda nos punimos por não termos feito no passado o que pensamos hoje.  E nos punimos, repetindo em todo momento a frase que se inicia assim: “eu deveria, eu poderia…”

Para o Autogerenciamento Vivencial (AGV), a autopunição é uma ferramenta aprendida e desenvolvida através da nossa educação social e religiosa, que apregoam que o arrependimento, o perdão e a punição são mais importantes que os erros.

Para elas, o erro é natural e pode ser concertado, não há mal algum em cometê-los. O importante é redimir dos erros e não o erro em si. Só que para concertá-los, precisa-se do perdão, do arrependimento e da punição, aí que a porca torce o rabo. Nesse sentido, a autopunição é um dos caminhos do perdão e do arrependimento, da nossa evolução como pessoa. Sendo assim, nos são ensinados de forma intensa que através da punição e do arrependimento nos tornaremos seres melhores. Viva o erro!!! Viva a punição!!! Venha a punição!!! Punamo-nos para ficarmos melhores!!! Interessante!

Infelizmente, dão ênfase a eles em detrimento do nosso processo de autoconsciência/autorreflexão, os quais, nos permitiriam errar menos e evoluir de forma consciente. Nesse olhar, precisaríamos de menos erro, perdão e arrependimento. Isso não é bom! É bom para quem?

Veja a nossa história, ela é constituída de punições. Adão e Eva foram punidos por terem pecado e lhes foi lhe retirado o direito à vida eterna. Jesus Cristo sacrificou-se para nos salvar de uma punição divina. E assim vai. Logo autopunir-se é sinal de sabedoria, de mente evoluída, de redenção.

Eis a questão – a autopunição nos faz evoluir ou nos aprisiona ainda mais à culpa?

Se a punição realmente melhorasse a alma de alguém, estaríamos todos, sem dúvida, num estágio bem mais evoluído. 

Será que não é hora de mudarmos essa fórmula de evolução e buscarmos outras, já que a punição e a autopunição até agora nada conseguiram em termos do nosso melhoramento como pessoa? Não estará na hora de mudarmos o nosso enfoque evolutivo vivencial?

Para o Autogerenciamento Vivencial (AGV), a autopunição está ligada ao erro, a culpa, logo preciso errar e me sentir culpado para que ela exista. Interessante!

Pergunto! Será que é errando que se aprende? Para o mundo cognitivo não, já que ele apresenta as respostas certas antes das perguntas. Errar é sinal de inépcia. Já para o mundo vivencial não há uma correlação obrigatória entre o erro e o aprendizado. Existem pessoas que transformam a própria vida num inferno. Mesmo assim não aprendem.

Não seria melhor, nesse sentido, termos domínio sobre a nossa consciência, sobre os nossos pensamentos através do processo de autoconsciência/autorreflexão e tendo como orientadores o autoamor, o autorrespeito. Nos desejarmos o melhor e para os outros, respeitando a nós e aos outros. Buscar dentro de si, os meios para a nossa evolução, sem precisar errar. Nos proibirmos de pensar ou agir de forma errada. O que vocês acham?

Nesse sentido, a meta do AGV é conscientizar cada pessoa de que ela é responsável por cada ato de sua vida. Que é de sua inteira responsabilidade buscar dentro de si mesma os meios para a sua evolução. Não é autoflagelação, que irá garantir-lhe a redenção. Isso só é possível com o auxílio da autoconsciência e autorreflexão. O importante não é punir-se pelo erro cometido, mas usá-lo como um veículo de reflexão, de crescimento vivencial. Não é com punição e autopunição que se vai evoluir como pessoa.

Infelizmente existem pessoas que preferem a punição e a autopunição como formas de inibir ou mitigar as transgressões sociais e vivenciais e alcançar um bem maior. Só que elas esquecem que para que isto aconteça, elas precisam errar e se sentirem culpadas. Que o mal ocorra.

Ignoram elas que tanto uma como a outra, podem, em muitos casos, não só produzir desequilíbrios vivenciais, como podem gerar doenças psicossomáticas.

No olhar do Autogerenciamento Vivencial, as mudanças vêm através da autoconsciência e da autorreflexão e não do remorso e da autopunição. Pare de acreditar que castigos autoimpostos, a redimirá dos seus erros. Seja responsável.

Olha que interessante!!!Algumas pessoas, para evitarem uma punição social ou divina procuram justificar as suas transgressões sociais ou divinas através de justificativas pessoais. Muito curioso!!!!!!

 Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.