FALSAS SABEDORIAS E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

FALSAS SABEDORIAS E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

28 de novembro de 2021 Off Por Claudio Lima

Embora o nosso mundo psicológico seja lógico e consciente, não é uma precisão matemática, logo, não se pode planejar com exatidão como tudo irá acontecer, embora estar preparado para o previsível seja uma atitude acertada, porém, estar atento ao imprevisível, ao inesperado, ao improvável, ao desconhecido tem a sua importância, uma vez que esses momentos, também solicitam de nós, atitudes, comportamentos e pensamentos apropriados.

São nesses momentos, onde as respostas certas são desconhecidas, que nos permitem avaliar a nossa capacidade de encontrar soluções fora do contexto da memória, no contexto da reflexão e percepção. Vivenciar o desconhecido de maneira apropriada.

Nesse olhar, o aprender psicológico não é só o mero cultivo da memória, inclui também saber transformar verdades e lidar como mundo das vivências, do imprevisto, do inesperado, do provisório, do improvável, do desconhecido.

Isto nos leva a reflexão, que precisamos olhar com desconfiança para esse mundo da “Explicalogia” que procura explicar tudo “antes” dos fatos acontecerem ou “após” saber o resultado do que aconteceu. O mundo do planejar, do deveria, poderia, teria etc.

Diante disso, como é importante ter consciência do limite do nosso saber cognitivo e psicológico e das nossas experiências vivenciais ou psicológicas.

Ter informações e experiências, não significa termos as respostas certas para tudo e nem que estamos prontos para o que hão de vir. Haverá questões que teremos que resolver, por nós mesmos, no momento em que estão acontecendo.

Nesse sentido, é de extrema responsabilidade, além de adquirir e seguir verdades experimentadas, estarmos preparados para investigar, questionar, refletir, criar, improvisar, adaptar, transformar, ter a mente flexível ao novo, ao desconhecido, ao improvável e ao inesperado, aonde cada resposta, cada atitude, cada pensamento depende da nossa percepção e interpretação psicológica para essa ou aquela situação.

Como a verdade se revela na articulação das informações e experiências e a nossa maturidade na nossa capacidade de criar recursos para superar adequadamente as dificuldades surgidas nos momentos das nossas vidas, o aprender psicológico, não é só adquirir e seguir verdades aprendidas ou vividas, mas também, nos prepararmos para situações que fogem ao nosso conhecimento e controle, isto é, ao nosso mundo já conhecido e experimentado.

Sendo assim, devemos questionar essas “falsas sabedorias” tão divulgadas através de livros, entrevistas, palestras, workshop, Live etc., apresentadas por pessoas, que além de desconhecerem “o mundo psicológico e seus desafios”, não passam de papagaio de piratas, repetem o que leram ou ouviram ou aprenderam em cursinhos e ainda mais, visando somente ganhos econômicos. Cuidado com esses ensinamentos, suas ideologias, filosofias, pensamentos, etc. São os pensadores sem pensamentos, os filósofos sem filosofia, os sábios sem conhecimentos etc.

Ter consciência sobre tudo que nos envolvem não é opção e sim obrigação, por isso, não aprisione a sua vida psicológica a essas “falsas verdades”.

Daí a importância de assumirmos “a gestão” das nossas vidas, por nós mesmos (autogestão), sem negar a importância das informações e experiências de forma ajuizada, o que fazer, que atitude tomar, etc. “Ter a lucidez”, que a qualidade das nossas percepções e interpretações psicológicas, indexadas a nossa autoconsciência e autorreflexão e a nossa capacidade de analisar o que é informado, vivido ou que está nos acontecendo “determinam” a nossa postura diante da vida.

A seguir, alguns pontos serão analisados.

Em termos de consequências: para que serve saber as respostas certas para os acontecimentos depois que eles já aconteceram, uma vez que, não há como mudá-los.

“Em termos de aprendizado”:  achar que após “conhecermos as respostas” ao que nos aconteceu, “criaremos soluções perfeitas” para os nossos desempenhos futuros. Não há como ignorar, que a vida pulsa no tempo presente e na ação atual e não na correção dos nossos erros.

Outro ponto: é achar que o erro “sempre gera aprendizado”. Nem sempre aprendemos com os nossos erros. Há situações que os erros não são admitidos, em vez de gerarem aprendizados, produzem malefícios para nós, para os outros e para a sociedade.

Como se explica isso!? Há pessoas que vivem cometendo os mesmos erros.

“Em relação a culpa”: o pior sentimento de culpa é aquele construído após conhecermos o resultado das escolhas que não deram certas e nos questionarmos de forma culposa (deveria, poderia, teria, etc.) em relação à decisão tomada.

“Em relação a sabedoria”: é saber decidir no momento em que a vivência está acontecendo, que atitude tomar, qual comportamento e pensamento são adequados a essa ou aquela situação.

“Como visto anteriormente, o saber psicológico é subjetivo, é a ação do sujeito sobre si, onde as suas ações e reações são compostas de atividades mentais (raciocínio, memória, percepção, interpretação, imaginação…) e expressões motoras e afetivas. Somente o sujeito da experiência é quem sabe como utilizá-lo ou mudá-lo nas suas vivencias e transformações.”

“Em relação a maturidade psicológica”: pode ser ampliada após as vivencias de novas experiências e aprendizados, como também, se manifestar na qualidade das nossas respostas.

“Em relação ao “acúmulo” de informações e de experiências”: são importantes, visto que, nos orientam nas nossas decisões, porém, esses arquivos de memória sem sincronismo com a reflexão, percepção, criatividade e a maturidade psicológica não servem para nos orientar, “só criam falsas sabedorias”.

Afinal, precisamos existir, como podemos agir inconsequentemente sem questionamento, dúvidas e sem argumentar sobre as nossas verdades e as que nos sãos ensinadas ou impostas através de dogmas sociais, científicos e religiosos.

Nunca se esqueçam, que somos nós, que criamos os nossos arquivos de memória, que nos orientam.

Nota:

O Autogerenciamento Vivencial diferencia “reflexão cognitiva da reflexão vivencial ou psicológica”.

“A reflexão cognitiva” pertence ao mundo do saber cognitivo; utiliza-se da memória ou do método de ensaio/erro para encontrar as respostas certas que já existem “antes das perguntas”. Logo, lida com conhecimentos pré-programados, ou seja, verdades pré-conhecidas; por isso a sua aquisição é por meio de estudos e pesquisas.

“Já a reflexão vivencial ou psicológica” lida com o mundo psicológico e com seus momentos imprevistos, improváveis ou desconhecidos, se utilizando da autoconsciência/autorreflexão para construir respostas adequadas para cada momento vivencial. Ela depende dos nossos conhecimentos cognitivos/psicológicos e da nossa “maturidade e saúde psicológica na hora de construirmos as respostas.

Para refletir!

Será que é errando que se aprende? Para o mundo cognitivo não, já que ele apresenta a resposta certa antes da pergunta. Errar aqui é sinal de inépcia. Já para o mundo vivencial não há uma correlação obrigatória entre o erro e o aprendizado. Existem pessoas que transformam a própria vida num inferno. Mesmo assim não mudam.

Para aprofundar no conhecimento, leia o ebook do Autogerenciamento Vivencial editado pela simplíssimo.com.br.

Simplíssimo <ebooks@simplissimo.com.br

Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.