TRANSITORIEDADE VIVENCIAL E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

TRANSITORIEDADE VIVENCIAL E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

27 de fevereiro de 2020 Off Por Claudio Lima

A mente humana por ter a qualidade de ser impermanente, dinâmica e criativa, além de admitir a criação dos conceitos de plasticidade vivencial e multiplicidade psicológica, proporciona subsídios para a concepção do conceito de transitoriedade vivencial.

O que esse conceito oferece de significativo, de diferente para o mundo psicológico.

Que é possível mudar o nosso “entendimento” sobre determinado acontecimento, mudando o elemento instigador e/ou as suas interpretações, criar novos raciocínios psicológicos, dando vida a novos entendimentos, só assim, será possível, criarmos outras lógicas cognitivo-vivenciais, sem precisar reesignificar, deletar ou ater-se a já existente.

Prestaram a atenção! As lógicas psicológicas possuem o atributo de serem transitórias, não no sentido da sua “existência” e sim, sobre a sua “influência” sobre o nosso mundo psicológico, uma vez que, a nossa memória nunca esquece o que nos aconteceu. O que podemos fazer é tirar a sua influência, a sua importância sobre nós.

Para criarmos outras, precisaremos, primeiramente, cunhar outros motivos, outros elementos instigadores e/ou outras percepções e interpretações, outros raciocínios psicológicos, só assim, será possível criar lógicas psicológicas diferentes das anteriores e dar outro sentido, outro entendimento psicológico as nossas vidas, nos libertando da “influência” das anteriores.    

Porém, não podemos esquecer, que as anteriores, continuam vivas dentro de nós. Elas não são apagadas, nem ressignificas continuam como antes, apenas, foram colocadas de lado e podem voltar a ter influência, basta que as pessoas queiram.

Felizmente, em termos de “percepção e interpretação”, podemos construir “novos entendimentos”, que anulam os efeitos dos anteriores sobre nós.

Exemplo: No caso de uma paralisia dos membros, é possível perceber e interpretar tal acontecimentos como o fim das nossas vidas e depois, como algo, que limita as nossas vidas, mas que não nos impede de realizar conquistas, de sonhar, de ter objetivos etc., de viver a vida e ser feliz.

O que nos permite afirmar, que não são os acontecimentos em si que determinam o nosso aprisionamento a um conflito ou a uma situação traumática e sim, à nossa inflexibilidade mental, psicológica em não querer mudar o nosso entendimento sobre eles.

Ainda que, o motivo, o elemento instigador, seja criado ou não pela pessoa, mais a forma de reagir a ele, a lógica para lhe dar com ele, é a própria pessoa que a cria, independentemente da sua origem.

Infelizmente, há pessoas que devido a essa inflexibilidade mental, se engessam psicologicamente a interpretações, entendimentos, que a impossibilitam de construírem outras compreensões sobre o vivido.

Embora as lembranças sobre esse ou aquele acontecimento, nos tragam sofrimentos etc., podemos, em termos psicológico, anular os seus efeitos sobre nós, simplesmente criando outros sentidos, outros objetivos, outras percepções e interpretações para as nossas vidas, só assim, evitaremos ficarmos prisioneiros e paralisados por elas.

Como é importante no nosso caminhar pela vida, buscar novos objetivos, novas maneiras para vivermos as nossas vidas, tendo sempre a consciência que o passado só terá influência no presente se nós quisermos.

O conceito de “multiplicidade psicológica” nos permite “criar” realidades infinitas, o de “plasticidade vivencial” nos consente “aprimorar” à nossa maneira de ser e viver com elas e o de “transitoriedade vivencial”, em termos de percepção, interpretação e compreensão, nos dá a liberdade de mudar a nossa opinião sobre algo acontecido, acontecendo e a acontecer, apoiadas em novos conhecimentos.

Em relação aos traumas, apesar do sofrimento, da dor, da decepção, da frustração serem ingredientes desses episódios traumáticos, não são de fato, as verdadeiras causas dos traumas e sim, o modo como os percebemos e reagimos a eles. Nesse sentido, um episódio conflituoso só se transforma em trauma, se exercer domínio sobre nós; se frear a nossa atividade mental, se perturbar o nosso senso crítico e nos tornar desorientados e submissos. Quando isso acontece, sem dúvida alguma, teremos grande dificuldade para vislumbrar novas perspectivas em nossas vidas.

Cuidado! Ao vivermos ligados a certos episódios traumatizantes, pensando que dessa forma conseguiremos mudá-los; mas na realidade, o que acontece é o oposto do que desejamos. Ou seja, os transformamos em elementos instigadores ativos e desorganizadores, propiciando então, o surgimento de conflitos vivenciais que, por sua vez, irão compor os nossos traumas, desequilíbrios e expressões psicológicas, daí a importância da autogestão psicológica, no gerenciamento das nossas percepções e interpretações psicológicas.

A nossa autoestima é proveniente do jeito que, nos olhamos interiormente a cada momento presente.

Enfim, sem uma mente ativa e reflexiva não é possível ter consciência da transitoriedade das nossas realidades psicológicas.

Muita atenção sobre isso!

         “Cada mudança se sustenta num ato atual”.

        Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.