A CONSTRUÇÃO DO OUTRO E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

A CONSTRUÇÃO DO OUTRO E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

16 de novembro de 2020 Off Por Claudio Lima

Segundo o AGV, embora exista diferenças inevitáveis entre as pessoas, a que requer atenção especial, de nossa parte, são aquelas instigadas por nós.

Nesse olhar, a construção do outro, também pode ser instigada por nossa mente, tendo como referência, as nossas percepções e interpretações sobre ele e elas, por sua vez, são instigadas por nossos desejos, necessidades, interesses e conflitos. Logo, a nossa percepção sobre o outro também é fruto de construções internas.

Essas construções por pertencerem ao nosso mundo psicológico, são vulneráveis a transitoriedade dos nossos pensamentos. Sendo assim, poderemos mudá-las, ao mudarmos os nossos olhares sobre as nossas vidas, sobre os nossos interesses, necessidades, desejos etc. Se antes o odiava, hoje posso amá-lo, como ao contrário. Nesse sentido, a percepção sobre o outro pode ser construída e reconstruídas a cada dia, a cada pensamento.

Infelizmente, a construção do outro, em nós, por nós, ainda é egocêntrica, por envolver e ser direcionada, “preferencialmente”, pelas nossas verdades psicológicas em relação “a nós próprios”. Na verdade, estamos a busca delas” no outro, esperançosos em encontrar a nossa alma gêmea, não se importando com o sofrimento que tais atitudes possam infringir no outro. O que se leva em conta não é o outro e suas verdades e sua individualidade e sim os nossos desejos.

Sendo assim, não é a qualidade das atitudes, comportamentos e pensamentos do outro, que o transforma em nosso companheiro e amigo ideal, mais sim os nossos valores refletidos nele. O que o outro é, as suas verdades, ficam em segundo plano e sobre nosso judice.

Devido a isso, podemos nos tornar “altamente preconceituosos” na construção do outro. Com esse “poder nas mãos”, podemos nos tornar ditadores e prisioneiros das nossas percepções e interpretações psicológicas, nos tornando inflexível em relação ao outro. Logo, todos nós, somos gestores das nossas percepções e interpretações sobre o outro e consequentemente, responsáveis sobre elas.

Embora seja difícil, não é impossível, descobrir e entender a pessoa que mora dentro de cada um de nós e para mudá-las, é preciso mudar, primeiramente, a nossa relação com nós mesmos.

Infelizmente, ainda estamos envolvidos e valorizando uma consciência inadequada e imatura em relação a nós mesmos e ao outro. Estamos, ainda, dando vida a uma consciência do outro egoísta, centrada só em nós mesmos.

Para evoluirmos na percepção e interpretação do outro é preciso sobrepor as próprias verdades e aceitar o outro nas suas diferenças e conviver com elas em harmonia. Uma orquestra possui diferentes instrumentos que se harmonizam ao tocar uma melodia.

Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.