DESEQUILÍBRIOS PSICOLÓGICOS NO OLHAR DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL (AGV)

DESEQUILÍBRIOS PSICOLÓGICOS NO OLHAR DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL (AGV)

27 de setembro de 2020 Off Por Claudio Lima

Há uma certa incompreensão do significado do “desequilíbrio psicológico”. Isto, de certa forma, interfere na sua compreensão, na forma de lidar com ele, como na determinação da sua competência.

Desequilíbrio psicológico, ocorre quando o sistema psíquico apresenta construções ou mudanças de pensamento, comportamento e de atitude “prejudicial” à pessoa, provocado por gerenciamento inadequado de “situações conflitantes de causa psicológica, e não por doença”. É resultado de conflitos interiores imaginados ou não, consciente, porém percebido e interpretado de maneira inadequada. Isso ocorre, devido a nossa capacidade e flexibilidade mental de construir e reconstruir realidades psicológicas de acordo com os nossos desejos e interesses, da nossa multiplicidade psicológica, da nossa capacidade de se adaptar as vivências criadas (plasticidade vivencial) e da transitoriedade das nossas percepções e interpretações psicológicas. Quando mais acomodado as essas situações, mais dificuldades teremos de resolver os nossos conflitos psicológicos.

É importante não esquecer que nos conflitos psicológicos, os sinais (expressões físicas e psicológicas) e sintomas (queixas), podem ser manipulados por nós, já que sofrem influência da nossa valorização, das nossas percepções e interpretações psicológicas e essas dos nossos desejos e interesses. Nesse caminhar, os nossos entendimentos, como a sua importância, suas consequências e duração, dependem dos pensamentos que guiam as nossas percepções e interpretações psicológicas, o nosso raciocínio psicológico.

As causas dessas percepções e interpretações psicológicas inadequadas podem ser as mais diversas possíveis, desde uma frustração, decepção, situações de desrespeitos vivido pela pessoa, desejo de tornar-se vítima de uma situação etc.

É importante ressaltar, que não há perda da consciência por nossa parte, pois se assim ocorresse, não haveria como a terapia funcionar. Todo o processo é consciente, só que a percepção e interpretação psicológica construída por nós, por diversos motivos, é que é inadequada, nos induzindo a vivenciar desequilíbrios psicológicos.

O conflito psicológico só se transforma em desequilíbrio psicológico quando o tornamos parte de nós. Nos aprisionamos a ele. Ou seja, a idealização de uma situação vai, aos poucos, tomando conta da nossa mente, até ocorrer uma fusão nociva entre o imaginado e o real. A partir daí deixaremos de ter dúvida a respeito das próprias atitudes, dos comportamentos e pensamentos, o que, fatalmente, nos dificultará superar os nossos conflitos psicológicos pois não nos permitirá ter outros entendimentos sobre ele. Se não há dúvida, não há questionamento, não há transformação.

Há uma pergunta no ar que precisa ser respondida. Quem seria o influenciador dos nossos desequilíbrios psicológicos? Seria os nossos sentimentos e suas expressões emocionais? Ou seria o modo como gerenciamos as nossas vivências, através dos nossos raciocínios psicológicos e suas lógicas psicológicas, a causa de tudo?

Pensemos: Cada vivência é fruto de uma lógica e ela, de acordo com o elemento instigador e sua percepção e interpretação psicológica, irá determinar qual sentimento irá representá-la. Ou seja, que afeto irá expressar através da emoção. Como, então, justificar a ideia de que o sentimento e suas respectivas expressões emocionais acontecem sem a participação da razão?

Não há como justificar tal coisa porque a razão e o sentimento são atuantes na construção e expressão do pensamento. Cada qual com seu papel.

Vejamos: A razão utilizando-se de encadeamento lógico, determina qual sentimento será sentido e esse, por sua vez, determina qual expressão afetiva será representada pela emoção em uma dada circunstância. Assim, a reação a um acontecimento depende da lógica construída e do sentimento envolvido. Se o sentimento manifestado pela lógica for de revolta, a reação será de violência. Se for de profunda tristeza, poderá ser de autodestruição, autoabandono, de depressão etc.

Ninguém consegue pensar que está alegre e comportar-se de maneira triste ao mesmo tempo. Sabe por quê? Porque as lógicas e os sentimentos que os estruturam são diferentes. Não há como dissociar a razão do sentimento que a envolve ou vice-versa.

É importante destacar que a percepção e a interpretação psicológica e por sua vez, a lógica psicológica advindas delas, antecedem ao sentimento e a sua expressão emocional. Em face disso, é importantíssimo gerenciar o nosso “estado psíquico”, para que não haja um descontrole no comportamento e na expressão da emoção.

Analisemos o caso do polígrafo, aparelho detector de mentiras, que mede as alterações psicofisiológicas. Foi construído com o fundamento de que a pessoa expressa corporalmente/ emocionalmente o que pensa e sente. É difícil, portanto, desconectar o que se pensa do que se sente.

Se quisermos mudar algo em nós, devemos enfrentar as dificuldades que nos envolvem e não negando, explicando ou justificando-as, ou seja, reagirmos aos conflitos psicológicos, com atitudes imaturas, inadequadas e até irresponsáveis. Devemos sim, buscar novas razões, ou melhor, desconsiderar as percepções, interpretações e a lógica passada, para que uma nova lógica nasça e um novo sentimento se manifeste. É crucial que deixemos de lado, o pensamento que responsabiliza a emoção pelos nossos desequilíbrios psicológicos.

Observação:

Nos casos das “alterações psicológicas” que tiverem como elemento instigador, alterações na produção de enzimas e hormônios ou de doenças. Tais alterações são vistas como “transtorno mentais” pela medicina e são tratadas como doença, utilizando-se de medicamentos. 

São sinais de transtornos mentais: mudanças de comportamento ou de humor, dificuldade de raciocínio ou concentração, problemas para conviver com outras pessoas ou expressar ideias com coerência. No transtorno mental as pessoas têm a sua consciência afetada. Com o tratamento medicamentoso é possível restabelecer o organismo e anular os efeitos psicológicos, sem precisar de terapia.

Os transtornos mentais, em tal situação, caracterizam sinais e sintomas de uma doença e não de um desequilíbrio psicológico. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento medicamentoso, mais rápido os sintomas psicológicos desaparecerão.

Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.