O ABRIR DOS OLHOS

Ao ficar de olhos fechados para a realidade

Só percebo essa desarmonia perfeita em que vivo

Ao me embriagar cada vez mais com ela

Ignoro a própria lucidez

Pinto o quadro da minha realidade com tintas de ilusão

Só assim, não percebo a minha dor refletida na tela

Embora saiba o porquê, não quero repintá-la

Será que me acostumei a viver assim

Ou será! Que não encontro motivo para repintá-la

Preciso abrir os olhos

Não há como lucrar com o sofrimento

Preciso parar de alimentar as feridas, para que não cicatrizem

Só assim conseguirei ver o vento que me conduz

E repintá-la

Preciso parar de me ignorar

Me amar, me amar cada vez mais e mais….

Embora o perdão, não possa perdoar tudo