NEUTRALIDADE PSICOLÓGICA NO OLHAR DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL
24 de junho de 2020Nas nossas “interações psicossociais” não há como “ser neutro”, sempre teremos que “escolher” uma maneira de ser e mover-se nelas. Nesse sentido, não há como sermos indiferentes, ou seja, não tomar decisões, não ter atitudes, diante desse mundo psicossocial que nos envolve. Sempre há e haverá situações de escolhas, de conflitos de ideias, de pensamentos, de verdades… enfim, seremos obrigados a nos posicionarmos em relação a elas, já que refletem a pessoa que somos.
Não podemos ignorar que há sempre um sentido, um custo para cada escolha e que, sem ela, não poderíamos dar sentido as nossas vidas e nem revelar a nossa verdadeira identidade, como também, não teríamos como utilizar o nosso livre arbítrio. Não há como não constituírem parte dos pesos, da nossa “balança da vida”, já que não se melhora só com a imaginação.
Dentro do tema, pontos a considerar:
As nossas escolhas são binárias: fazer/não fazer, escolher/não escolher, aceitar/não aceitar, concordar/não concordar, gostar/não gostar etc. “Não existe mais ou menos”. Você gostou desse biscoito, sim/não. Mais ou menos é uma maneira de dizer que não gostou. Não houve neutralidade.
Depois eu faço, vou pensar… trazem em si, duas consequências interessantes, no “momento futuro”: para a pessoa que a recebeu, ocorre a esperança de que a outra faça e para a pessoa que deu a resposta, dá a ela, a possibilidade de fazer.
Como também, não há “neutralidade no pensar ou preocupar-se.” Esquecemos que o pensamento e a preocupação também criam realidades e que elas produzem consequências. Ao pensarmos ou preocuparmos com o pior, nesse momento, nós escolhemos vivenciar o pior. Tal conjuntura, produzirá em nós estados psicológicos desagradáveis e apreensivos pela suspeita ou previsão de perigos.
Sendo assim, podemos afirmar que em relação ao nosso mundo psicossocial, não há como ser indiferente aos acontecimentos que nos envolvem e nos instigam. Podemos até tentar nos posicionar de forma indiferente ou de postergar para mais tarde o nosso envolvimento, mesmo assim, tais atitudes não nos isentarão de responsabilidades. Não há como nos colocarmos neutros ou ausentes em relação a eles.
Na verdade, o que queremos explicitar com essa aparente neutralidade ou ausência de opinião em relação:
As nossas atitudes. Embora em algumas situações, por desconhecimentos, não a temos. No nosso cotidiano, ao não as expressarmos, significam duas coisas: que não queremos nos envolvermos ou que temos opiniões contrárias, porém, não queremos revelá-las. Tais atitudes, não retiram de nós a responsabilidades sobre elas.
Aos acontecimentos que nos envolvem. Ao nos colocarmos ausentes, indiferentes a eles, tais atitudes, serão vistas como aceitação, da nossa parte, do está ocorrendo conosco ou com os outro e com a sociedade e a natureza.
Entendida assim, no nosso mundo psicossocial não há como nos ofuscarmos, ao acharmos que através de “ilusórias neutralidades”, nos tornamos neutros. O fato de não explicitarmos o que pensamos, é uma forma imatura de nos protegermos de questionamentos sobre eles, porém, tudo tem as suas consequências e o seu preço. Fiquemos espertos!
É importante, nesse caminhar pela vida, não deslembrar que, se não levarmos a sério que, em cada decisão tomada e em cada comportamento assumido, há consequências, não só para nós mesmos, mas também, para os outros e para a sociedade, já que as realidades psicossociais que construímos, mantemos e vivenciamos tem a participação delas.
Infelizmente, em plena era moderna onde a tecnologia e o conhecimento superam limites, as pessoas ainda pensam que ao dizer depois eu faço, vou pensar etc., que a vida e seu tempo vão esperar.
Acordemos! Não há como nos isentarmos das nossas responsabilidades. A vida presente não espera nada, nós é que achamos.
Enfim!!! “Apreenderam que no mundo psicológico não há neutralidade. Fazemos parte de tudo que nos envolvem.”
Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com visão Quântica.