DEPRESSÃO PSICOLÓGICA

DEPRESSÃO PSICOLÓGICA

15 de setembro de 2020 Off Por Claudio Lima

O mundo psicológico pode apresentar alterações devido a conflitos psicológicos, fatores orgânicos, doenças físicas e psiquiátricas ou por ingestão de determinada substância química.

Depressão psicológica termo criado pelo Autogerenciamento Vivencial para diferenciá-la das outras depressões e suas causas.

Para o AGV existem três fatores motivadores do quadro depressivo: fatores orgânicos, químicos e vivenciais ou psicológicos.

FATORES ORGÂNICOS

Doenças, desequilíbrio na produção de enzimas e hormônios (ex. serotonina), ou perda da função de órgão, adoecido ou envelhecido, produz as seguintes alterações psicológicas: quadros depressivos, de fobia etc.

Esses quadros interferem no pensamento, comportamento e no aprendizado. Tais alterações são vistas, pela medicina, como “transtorno mentais” e são tratadas como doença, utilizando-se de medicamentos.   

Com o tratamento medicamentoso é possível restabelecer o organismo e anular os efeitos psicológicos, sem precisar de terapia. Uma “ajudinha” do psicólogo, se o médico achar necessário, para acelerar o processo da cura e não a cura em si.

Os quadros depressivos, em tal situação, caracterizam sinais e sintomas de uma doença psiquiátrica grave (depressão) e não de um desequilíbrio psicológico. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento medicamentoso, mais rápido os sintomas depressivos desaparecerão.

FATORES QUÍMICOS

O contato e/ou ingestão de substâncias químicas (álcool, drogas, remédios) também podem provocar transtornos mentais, com alterações psicológicas, com quadros depressivos.

Com a suspensão ou eliminação da substância causadora de tais quadros depressivos, o organismo reencontra o seu equilíbrio. Sinais e sintomas desaparecem e a vida do paciente normaliza-se.

Nesse caso, os quadros depressivos são produzidos por uma “intoxicação química”. Quanto mais cedo a pessoa for desintoxicada, melhor.

FATORES VIVENCIAIS OU PSICOLÓGICOS

O AGV chama de “Depressão Psicológica” por se originar de “conflitos” no “mundo psicológico”.

Depressão Psicológica acontece naqueles momentos em que temos a sensação de que a vida parou. Ficamos tão cansados e desmotivados pelas dificuldades vivenciais que estamos vivendo, que nos julgamos incapazes de agir; ou pior, em alguns momentos, que não vale a pena viver. Já não temos forças para enfrentar os conflitos que nos envolvem e superá-los e alcançar novos objetivos. Paira, em nossas almas, a impressão de que nada tem sentido, de que tudo se repete indefinidamente, não há o que esperar do futuro, por isso não reagimos.

 Mesmo que haja um feixe de consciência de que temos de fazer algo para sair desse estado de espírito, continuamos inertes à espera de um milagre ou de um salvador, uma vez que nos julgamos incapazes. Criamos sombras de vida e passamos a viver nelas.

Infelizmente ao sermos envolvidos por essas sombras, sentimos que estamos sem energia, razão pela qual não conseguimos superar tais situações.

É importante ressaltar que todo ato para acontecer, precisamos estar conscientes dele, ter uma lógica psicológica que o sustente e de uma ação para acontecer, que por sua vez, precisa de energia para acontecer e se manter.

Na depressão psicológica, no entanto, gastamos nossa energia para manter esse estado psicológico, o que nos dá a falsa impressão de que estamos sem energia. Por isso caímos numa inércia física e psicológica que nos impedem de resolver nossos conflitos.

Tal inércia, na verdade, tem função de autodefesa. Nos tornamos frágeis e inertes, para não termos de reagir, enfrentar, resolver o que nos desequilibra.

 Para superar esses momentos, precisamos do nosso querer, acreditar e agir e novos conhecimentos, sem eles, não há como ocorrerem mudanças em nossas vidas, sem acontecer mudança em nós. A terapia tem a sua importância nesse momento.

É importante não esquecer que nos casos de origem psicológica, os sinais (expressões físicas e psicológicas) e sintomas (queixas), podem ser manipulados por nós, já que sofrem influência da valorização que cada um de nós faz sobre as suas vivencias.

Nesse caminhar, os nossos entendimentos, como a sua importância, suas consequências e duração, dependem dos pensamentos que guiam as nossas percepções e interpretações psicológicas.

Nesse caso, a depressão psicológica é resultado de conflito interior imaginado ou não, porém consciente e lógico. Por não saber lhe dar com ele, de maneira adequada, o quadro depressivo se instala e a pessoa, embora perceba, tenha consciência dos malefícios produzidos pela sua maneira de reagir a ele; mesmo assim, vai fomentando as condições para que o quadro depressivo se instale e a depressão psicológica aconteça. Ao invés de enfrentar as dificuldades pelas quais passa, foge delas, negando, explicando ou justificando-as, ou seja, reage aos conflitos psicológicos, com atitudes imaturas, inadequadas e até irresponsáveis.

Ao furtarmos à responsabilidade sobre o nosso quadro depressivo psicológico, corremos o risco de nos incorporar à imagem que vamos idealizando cada vez mais. As explicações e justificativas construídas ou encontradas por nós, como terapias ou até medicamentos podem até aliviar a sua pressão sobre nós, mas, sem a nossa compreensão real das suas causas, viveremos aprisionados a elas.

Por isso, precisamos estar atentos ao que acontece em nosso interior. O autoquestionamento nos permite uma tomada de consciência e isso nos revela até que ponto há um distanciamento entre a nossa imagem real e a idealizada.

O quadro depressivo só se transforma em desequilíbrio psicológico quando o tornamos parte de nós. Ou seja, a idealização de uma imagem vai, aos poucos, tomando conta da nossa mente, até ocorrer uma fusão nociva entre o imaginado e o real. A partir daí deixaremos de ter dúvida a respeito das próprias atitudes, dos comportamentos e pensamentos, o que, fatalmente, nos dificultará sair da depressão psicológica. Se não há dúvida, não há questionamento, não há transformação.

Enfim! De modo algum, devemos culpar o outro, a vida pelo nosso quadro depressivo de origem psicológica. Tampouco devemos ficar passivos, aguardando que o tempo ou algo externo nos cure de algo que nos machuca. Nossa participação é decisiva para superar o quadro depressivo psicológico. Os outros apenas nos ajudam; a nossa ação é fundamental. O tratamento medicamentoso é válido até certo ponto, mas, sem uma atitude mental positiva, não há possibilidade de superação.

É importante ressaltar que: embora a causa do conflito psicológico possa ser uma criação da pessoa ou não, mas a forma de reagir a ele, “a lógica psicológica” construída para lhe dar com ele, é a própria pessoa que a cria, independentemente da sua origem. Logo, pode ser gerenciada.

Infelizmente, apoiada na ciência e nas suas instituições e nos conhecimentos médicos, a leitura da depressão, mesmos nos casos de origem psicológica, perdem a sua razão de ser, já que transferem a responsabilidade do quadro depressivo para o corpo: carência ou alterações de enzimas, falta disso, daquilo etc., e a parte psicológica passa a ser apenas um sintoma. Como se as pessoas não fossem constituídas de uma psique e que estas também, de acordo com a “dinâmica do pensamento”, não possam gerar desequilíbrios psicológicos, tais como, quadros depressivos.

É negado o entendimento que os quadros depressivos, de origem psicológica, seja, uma das maneiras das pessoas lidarem, mesmo que inadequadamente, com os seus conflitos psicológicos e não a causa.

Nessa visão orgânica, cabe um questionamento. Por que os “desequilíbrios psicológicos” não podem produzir alterações tanto no funcionamento do corpo, como na produção de enzimas e hormônios?  A visão psicossomática como fica?

Por que não? O fato de pessoas com quadro depressivo apresentar alterações na produção de hormônios e enzimas, não significada que foram elas a causa do quadro depressivo.

Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.

Aproveitando o momento, algumas considerações serão colocadas para reflexão:

O Psicólogo não é psicanalista, paramédico e nem emocionólogos.

Precisamos parar de indexá-la a medicina, a doença e a neurologia, ao inconsciente e ao emocional.  Principalmente, nos ver como complemento de um ato médico.

A Psicologia para existir, não precisa ficar agarrada a ninguém, na busca de uma pseudoidentidades, tendo na simbiose a causa da sua existência. É capaz por si só, de criar as suas teorias e forma de agir. Sejamos psicólogos na sua essência. Logo, precisamos nos libertar desse olhar ortodoxo. Criar as nossas próprias teorias e técnicas psicológicas, para que não sejamos papagaios de piratas, não fiquemos agindo de acordo com as verdades dos outros, inclusive desse mundo científico que transforma a Psicologia em coadjuvante de outras profissões.

Para relembrar!

Nunca se esqueçam que a Psicologia deriva da Filosofia e se diferencia dela por ter como objeto de estudo a dinâmica do pensamento, suas lógicas e consequências. É através do pensamento e suas lógicas que damos vida a nossa realidade psicológica e não das reações químicas, do desconhecido e do emocional.

A Psicologia é a arte do pensar, do refletir, do analisar, do escolher, do transformar, do vivenciar etc. É um desmembramento da Filosofia; não da área da Medicina, portanto não é paramédica e nem inconsciente, muito menos emocional.

A Psicologia e a Medicina têm objetivos diferentes: a primeira analisa os desequilíbrios e os transtornos vivenciais; a segunda analisa “transtornos mentais e suas doenças psiquiátricas”. Assim sendo, a Psicologia não existe, em termo profissional, subjugada à Medicina, tampouco pode ser vista como complemento de um “ato médico”. Ela é, sem dúvida alguma, um “ato psicológico”.

A Psicologia busca compreender o que é expresso por cada um de nós, por meio das nossas atitudes, comportamentos, pensamentos e das nossas emoções, manifestadas conscientemente e lógica, embora em algumas situações inadequadas, no presente. Portanto, a Psicologia não se detém no estudo do inconsciente, no culto ao passado, ao desconhecido, na busca de culpados. Vê as experiências passadas como motivadora e não criadora dos nossos conflitos psicológicos. Tudo dependerá da forma que construímos os nossos pensamentos e suas lógicas psicológicas no nosso dia a dia. O que importa o que “hoje” ele significa para nós. A psicologia não se prende ao passado. Sendo assim, ou se é psicólogo ou se é psicanalista, não há maneira para conciliar as duas profissões: água e azeite não se misturam.

Libertá-la do olhar emocional e vê-la com olhar psicológico. Na verdade, somos Psicólogos e não Emocionólogos. Estudamos psicologia e não emocionologia.

Fugir da neurociência que quer transformá-la em “orgânica”. Um     subproduto da medicina.

Enfim! Libertá-la da autoridade das outras ciências que tanto a sufocam e que retiram dela a sua própria essência: a sua identidade, a sua autonomia como ciência capaz de criar os seus próprios conceitos, teorias e técnicas terapêuticas, e a transformam numa ciência sem pátria, onde qualquer profissional, de qualquer área, metem o seu nariz e falam com tanta propriedade, o que bem entendem, como se os seus conhecimentos precisassem ser aprendidos e seguidos por todos, inclusive, pelos psicólogos.

 Interessante!?

A sua competência e autoridade é lhe dada por si mesmo, só porque participaram de workshops, receberam certificados de algum cursinho, leram livros ou viveram determinadas situações.   E assim vai…………………..