O MUNDO DAS POSSIBILIDADES E SEUS DESAFIOS NO OLHAR DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

O MUNDO DAS POSSIBILIDADES E SEUS DESAFIOS NO OLHAR DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

17 de outubro de 2023 Off Por Claudio Lima

É importante termos a consciência, que a nossa vida psicológica, não existe apenas com acontecimentos reais. Não precisamos só de acontecimentos reais para vivenciar uma dor, um sofrimento, um conflito, um sonho, um prazer. Nossa imaginação é capaz de proporcionar o que desejamos. Tais realidades psicológicas atuam do mesmo jeito que os acontecimentos reais, produzindo os mesmos efeitos psicológicos, com repercussão no corpo físico, energético e psicológico.

Logo, o grande perigo em viajar pelo mundo da imaginação é transformar falsos acontecimentos em verdadeiros e vivermos em função deles, como também, alterar os acontecimentos, ao nosso bel prazer ou levados por dificuldades em resolvê-los, criando assim, realidades divergentes, vivendo em função delas.

Nesse sentido, é importante termos a consciência, que a nossa vida psicológica, não existe apenas com acontecimentos reais.

No “mundo das possibilidades”, também agimos e reagimos aos desafios da vida, levados pela “imaginação”.

É importante frisar, que o imaginado, não surge do acaso, sofre um processo de construção. Possui um elemento instigador e uma lógica que lhe dá vida e o sustenta.

A diferenciação entre o seu processo de decisão e dos outros, é que suas decisões são tomadas na “possibilidade” de algo imaginado acontecer ou não.

Logo, é uma certeza estruturada por “convicção”, em razão disso, em alguns momentos, se torna extremamente perigosa para a mente humana, pois, é ela que nos dará a certeza necessária e irrefutável para agirmos, dessa ou daquela maneira.

Aí é que mora o perigo, pois, dependendo do desafio e da solução encontrada, poderá trazer malefícios para nós, e, em algumas situações, para as pessoas envolvidas por ela.

Iremos analisar nesse artigo, somente as possibilidades que trazem “malefícios” e suas consequências.

Consideremos algumas situações:

Em relação a nós, interferirá na nossa ousadia em confrontar o que imaginamos com a realidade. Deixaremos de viver determinados desafios levado por nossos medos, inseguranças, dificuldade em lidar com os nossos erros, com nossas ansiedades etc., com reflexo na nossa autoconfiança, persistência, ousadia etc. Deixaremos de arriscar.

Em contrapartida, levado por nossas “certezas” construídas por convicções, poderemos insistir de forma obsessiva/compulsiva na realização de algo, que não acontecerá. Insistiremos, insisteremos na possibilidade do seu acontecimento, apesar de tentativas vãs.

Ao agirmos assim, a qualidade das nossas ações deixa de estar vinculada ao nosso processo de pensar e repensar nas consequências das nossas decisões.

As atitudes dos pais em relação a educação dos seus filhos, ao serem guiados pelo que imaginam que poderá acontecer de ruim, interferirá no processo de desenvolvimento da autoconfiança, da ousadia e na capacidade, de seus filhos, de superarem seus conflitos, seus erros e desafios da vida. De se porem a prova.

Tais atitudes dará vida a uma “proteção castradora” construída por “convicções.

Nessas situações, os pais passam a agir e pensar de forma obsessiva/compulsiva, sem abrir espaço para novas possibilidades, apesar da existência de possibilidades de darem certas.

Ser precavido, agir analisando as situações é ato de inteligência e maturidade, desde que não embote a nossa capacidade de enfretamento, de superação etc.

Irei buscar através de “exemplos”, clarear o exposto.

Por exemplo: uma criança que quer subir no pé de fruta para pegá-la.

Como agiria a criança. Subiria no pé para pegá-la.

Para ela! A coisa mais importante e pegá-la e come-la, não se importando com as dificuldades e possibilidades de não dar certo.

Ao investir na conquista do objeto desejado, tal ação contribui para o desenvolvimento da sua autoconfiança, da sua ousadia etc.

O que é autoconfiança?

É a convicção que a pessoa tem em si de ser capaz de “fazer algo”. Uma postura positiva com relação às próprias capacidades e desempenhos. É a convicção de que irá conseguir alcançar seus objetivos, de suportar as dificuldades, os erros, os sofrimentos e também, de poder prescindir de algo por decisão própria.

No caso dos pais:

Analisaremos a situação de acordo com as possíveis consequências negativas, tais como: poderá cair e se machucar.

Os pais, com o intuito de evitar a possibilidade de qualquer sofrimento para a criança, a manda descer do pé de fruta e ele mesmo a pega e dá para o filho.

Se analisarmos a ação sobre o olhar de autoproteção, perfeito, mas, se olharmos sobre o olhar da construção da autoconfiança da criança, errado, já que não a permitiu se desafiar e conquistar por mérito próprio a fruta desejada.

Então como os pais deveriam agir?

Deixariam a criança conquistar a fruta desejada por méritos próprios, sem deixar de estar atento a possibilidade de erro por parte da criança, interferindo somente nos momentos de perigo. Simples assim!

Observação!

É através do “autogerenciamento da imaginação” que superamos as nossas inseguranças, incertezas etc.

Enfim!

Analisando essa lógica de pensamento, observamos que ela se aplica a nossa subjetividade como pessoa, pois, ao deixarmos ser levados por lógicas psicológicas construídas pelo mundo das possibilidades negativas, viveremos as nossas vidas de forma incompleta, aprisionada aos medos e suas consequências, as incertezas sem direito a conquistas, a felicidade, ao prazer etc. Deixaremos de pagar para ver.

Perceberam!

“Em relação ao mundo psicológico, não há como construir e viver em certezas absolutas.”

Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.