ANSIEDADE E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

ANSIEDADE E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

22 de novembro de 2019 Off Por Claudio Lima

Para não vivermos em constante desequilíbrio psicológico levado pelo nosso estado de aflição, agonia e impaciência, precisamos fazer uma releitura do conceito de ansiedade.

Com o olhar psicológico, devemos entender a ansiedade não mais como “causadora” das nossas aflições, agonias e impaciências e sim como uma “força” que nos leva a ação para o equilíbrio ou desequilíbrio psicológico.

O seu “sentido” dependerá da nossa percepção e interpretação psicológica e da lógica psicológica construída através do nosso raciocínio psicológico, tendo como referência, o que foi percebido e entendido por nós.

A lógica psicológica nos dará o significado psicológico para o momento que estamos vivendo, como, também nos guiará nas nossas atitudes, comportamentos em relação ao elemento instigador que nos instiga.

Dependo da “significação” que damos a situação, pode gerar desequilíbrios psicológicos gerado por um estado de ansiedade excessivo que nos aprisiona psicologicamente a ele e nos descontrola.

Como é um processo interno, a sua forma de manifestar psicologicamente, depende da forma como lidamos com os elementos instigadores que nos instigam. Entendida assim, é possível gerenciá-la e desse olhar, a ação sobre ela se faz presente ou por meio da autoconsciência, sem ou com a ajuda de terapia alternativa (yoga) ou práticas terapêuticas entre paciente e psicólogo, com a intenção de diminuir a sua ação negativa sobre nós.

Ao ser entendida assim, nos motivará a sair da inércia, nos instigando a agir e a nos manter ativos, na busca de novas soluções para o nosso dia a dia. Ficamos assim conectados à vida.

Às vezes, a ansiedade nos desequilibra. O descontrole, em sua intensidade, é provocado por nós mesmos. Entretanto, se conseguirmos mantê-la controlada, ou melhor, se soubermos usá-la em nosso benefício, perceberemos que ela é um elemento importante para o nosso desenvolvimento e equilíbrio psicológico.

O seu controle ou o descontrole está sob o nosso judice. Acusá-la de vilã não faz sentido. Nós é que somos responsáveis pelo mal que ela, eventualmente, pode nos causar. Ela, em si, não tem o poder de nos adoecer; as condições para isso acontecer são criadas pelas nossas próprias mentes.

Se a percepção e interpretação psicológica que lhe dá significado tiver como elemento instigador um trauma, uma frustração, uma decepção etc., haverá, sem dúvida, uma ação ruim. Mas se houver o desejo de uma nova atitude, de uma nova resposta etc.; a ansiedade, nesses casos, nos ajudará a nos mantermos ativos, até encontrarmos a solução adequada para os nossos problemas. Caso contrário, não.

Portanto, não devemos ver a ansiedade como algo “maléfico”, mas sim como algo importante por nos impulsionar quando buscamos soluções para os nossos desafios vivenciais.

Cuidado! Dope-a ou iniba-a só nas situações extremamente críticas, ou seja, quando não conseguirmos estabelecer o controle por nós mesmos. Nunca, porém, se esqueça de que ela, nos instiga, nos impulsiona na busca de soluções para os desafios que surgem nas nossas vidas. Sem ela ficaríamos paralisados diante das provocações da vida.

É de fundamental importância, saber lidar com os acontecimentos que nos descontrola e a descontrola pois, só assim, conseguiremos manter o nosso equilíbrio psicológico, apesar de fustigado pela dúvida, pelo inesperado, pelo improvável, pelo transitório, pelo imprevisto. Somos a cada dia o resultado das nossas escolhas, do nosso acreditar e agir. Nós mesmos criamos os motivos da nossa ação, seja por nossa livre escolha ou instigado pelo mundo.

Como a gerenciamos? Através do entendimento e do controle das situações que podem transformá-la em algo que nos cause desequilíbrio. Nesse caso, é preciso, primeiramente, identificar o elemento instigador desse descontrole e a seguir construir uma nova percepção e interpretação psicológica e sua lógica ou simplesmente trocá-lo por outro, dando vida a outra percepção e interpretação psicológica e sua lógica, o que nos permitirá lidar com esses momentos sem desequilibrá-la e nos desequilibrar. Só assim poderemos gerenciar os estímulos que nos levam a descontrolar a ansiedade e a nós mesmos.

O seu descontrole, além de refletir no psicológico, também interfere no corpo, produzindo sinais e sintomas de doenças orgânicas e, em alguns casos, nos adoecendo de fato.

Enfim, é de fundamental importância que cada pessoa assuma a responsabilidade “do seu estado ansioso e suas consequências” e não atribua a terceiros, ao mundo ou ao corpo essa responsabilidade.

É preciso ter atitudes autoconscientes, autorreflexivas, esse é o verdadeiro caminho.

  Para refletir:

Considerar a ansiedade uma doença e o uso de medicamentos o único meio para combatê-la é uma concepção equivocada. Na verdade, o meio mais eficiente é a conscientização por parte da pessoa, da sua responsabilidade no processo como um todo.

Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.