EVOCAÇÃO/REEVOCAÇÃO NO OLHAR DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL (AGV)

EVOCAÇÃO/REEVOCAÇÃO NO OLHAR DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL (AGV)

30 de janeiro de 2021 Off Por Claudio Lima

Não é o reviver de uma dor que nos cessará o sofrer.

É imprecisa a crença de que o conflito psicológico se resolve, simplesmente, com o emprego do processo da evocação/ reevocação. A técnica interpretativa das lembranças, evocadas muito tempo depois, não nos dá a garantia de que assim é possível reconstruir a verdadeira história psíquica de uma pessoa.

Convém ressaltar que o imaginário, em algumas situações, coloca-se no lugar da realidade. Interfere tanto no processo de evocação/reevocação como no da percepção e interpretação, ou seja, atua no âmbito do analisador como no do analisado. Principalmente, neste caso em que a análise é feita por meio de relatos. O analisado descreve seus sintomas, procura, dessa forma, convencer o analista de que está doente. Este, por sua vez, faz seu diagnóstico com base nesses relatos. Acrescente-se a esse processo a subjetividade do analista e do analisado que, ao expor os seus sintomas psicológicos, pode, num mecanismo de defesa, fazê-lo de maneira a alterar os aspectos de uma situação traumática. Enfim, é um processo que se prende em demasia ao passado, o que não permite assegurar a exatidão dos fatos relatados e tampouco que o entendimento a respeito deles não contenha nenhuma incerteza ou inverdade.

Além da subjetividade presente tanto no relato quanto na análise, não se pode ignorar a interferência da ilusão de permeio. Infelizmente, temos a capacidade de refinar as nossas inverdades até torná-las apropriadas aos nossos objetivos, e isso é um grande obstáculo para que haja um autoconhecimento autêntico.

A superação do conflito vivencial se inicia no instante em que buscamos, dentro de nós, motivos para trocarmos as lógicas cognitivo-vivenciais (psicológicas) que nos mantém perturbados.

Para isso acontecer, é preciso que percebamos que somos capazes de dar novos sentidos as nossas vidas, apesar do acontecido.

Isso ocorre, no instante em que duvidamos do nosso processo de evocação/reevocação e começamos a desconfiar das percepções e interpretações psicológicas que nós próprios estamos dando aos fatos passados e as suas consequências em nossas vidas.

Ao chegarmos a esse ponto, será possível verificar que não adianta racionalizarmos os conflitos vivenciais ou psicológicos que nos torturam, apenas influenciados por lembranças.

 É muito mais eficiente buscar, através do processo de autoconsciência/ autorreflexão, a conscientização de que a qualidade de cada ato vivencial depende exclusivamente das nossas percepções e interpretações psicológicas e do raciocínio psicológico e suas lógicas que nos guiam no momento presente, e não dá nossa teimosia em querer ficar revivendo, as que produziram sofrimentos, correndo o risco de sermos levados por falsas lembranças.

 Para isso não acontecer, é imprescindível sair do mundo da “queixodologia”, “ouvidologia” e “interpretodologia” e despertarmos em nós, motivos que nos incentivem a realizarmos as transformações tão necessárias para superarmos os conflitos psicológicos que, nos envolvem agora. Entendermos que os conflitos interiores devem ser vistos como respostas inadequadas a situações vivenciais atuais, estas é que são as causas que distorcem a realidade presente.

Ter a lucidez que as justificativas, as reclamações, as explicações e tampouco a nossa “consciência” não conseguem mudar a nossa realidade psicológica, sem a ajuda da nossa autoconsciência e autorreflexão. Este é o caminho que nos dará o equilíbrio de que precisamos. De nada adiantará ficarmos justificando a atual dor, com a análise de uma lógica cognitivo-vivencial (psicológica) passada comprometida, muito menos, responsabilizar terceiros por ela.

Cuidado! Ao cristalizarmos a dor, como uma roda gigante, a nossa dinâmica de vida, girará em torno desse ponto e não prestará a devida atenção às outras necessidades vivenciais.

Outro aspecto importante é o gerenciamento do teor dos nossos pensamentos, para não nos deixarmos levar pelo mundo imaginário ou da sugestão.

Em termo de dinâmica: se não pararmos o nosso processo conflituoso logo no início, com o decorrer do tempo, haverá mais dificuldades para controlá-lo. Ao sermos dominados pelo medo, se não encontrarmos uma solução imediata para esse problema, sem dúvida alguma, viveremos momentos de grande tortura. Quanto mais nos entregarmos ao que nos faz sofrer, mais força terá o mal que nos consome. Desapegar do passado é primordial para que iniciemos as mudanças que nos libertem de tais situações psicológicas. Entendermos a dinâmica do nosso aprendizado é fundamental.

Caso queriam aprofundar no assunto, leiam os artigos já publicados e o ebook do Autogerenciamento Vivencial editado pela simplíssimo.com.br.

Simplíssimo <ebooks@simplissimo.com.br

Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.