NEUTRALIDADE PSICOLÓGICA NO OLHAR DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

NEUTRALIDADE PSICOLÓGICA NO OLHAR DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

24 de junho de 2020 Off Por Claudio Lima

          Nas nossas “interações psicossociais” não há como “ser neutro”, sempre teremos que “escolher” uma maneira de ser e mover-se nelas. Nesse sentido, não há como sermos indiferentes, ou seja, não tomar decisões, não ter atitudes, diante desse mundo psicossocial que nos envolve. Sempre há e haverá situações de escolhas, de conflitos de ideias, de pensamentos, de verdades… enfim, seremos obrigados a nos posicionarmos em relação a elas, já que refletem a pessoa que somos.

           Nesse sentido, acreditar que existe neutralidade psicológica, é umas das maneiras de nos enganarmos, achando que nos tornamos invisíveis a elas e não sofreremos as suas consequências. Porém, não nos esqueçamos, que a recusa, a omissão, a indiferença e até a ignorância, constituem decisões, que podem se tornar prisões e nos sufocarem.

         Não podemos ignorar que há sempre um sentido, um custo para cada escolha e que, sem ela, não poderíamos dar sentido as nossas vidas e nem revelar a nossa verdadeira identidade, como também, não teríamos como utilizar o nosso livre arbítrio. Não há como não constituírem parte dos pesos, da nossa “balança da vida”, já que não se melhora só com a imaginação.

          Dentro do tema, pontos a considerar:

          As nossas escolhas são binárias: fazer/não fazer, escolher/não escolher, aceitar/não aceitar, concordar/não concordar, gostar/não gostar etc. “Não existe mais ou menos”. Você gostou desse biscoito, sim/não. Mais ou menos é uma maneira de dizer que não gostou. Não houve neutralidade.

          Não temos poder sobre o tempo. Não há como pará-lo. Não há como ele ficar imóvel a espera que, mais tarde, tomemos uma atitude ou manifestemos a nossa opinião. “Depois eu faço, vou pensar…”, como resposta, no “momento em que a pessoa é solicitada”, significa que “não irá fazer”. 

          Depois eu faço, vou pensar… trazem em si, duas consequências interessantes, no “momento futuro”: para a pessoa que a recebeu, ocorre a esperança de que a outra faça e para a pessoa que deu a resposta, dá a ela, a possibilidade de fazer.

          Em termo terapêutico. Esse pensar é um caos para a vida das pessoas, já que o trem da vida não para, para nada, e está sempre trocando futuro pelo passado.

          Como também, não há “neutralidade no pensar ou preocupar-se.” Esquecemos que o pensamento e a preocupação também criam realidades e que elas produzem consequências. Ao pensarmos ou preocuparmos com o pior, nesse momento, nós escolhemos vivenciar o pior. Tal conjuntura, produzirá em nós estados psicológicos desagradáveis e apreensivos pela suspeita ou previsão de perigos.

          Sendo assim, podemos afirmar que em relação ao nosso mundo psicossocial, não há como ser indiferente aos acontecimentos que nos envolvem e nos instigam. Podemos até tentar nos posicionar de forma indiferente ou de postergar para mais tarde o nosso envolvimento, mesmo assim, tais atitudes não nos isentarão de responsabilidades. Não há como nos colocarmos neutros ou ausentes em relação a eles.

          Na verdade, o que queremos explicitar com essa aparente neutralidade ou ausência de opinião em relação:

        As nossas atitudes. Embora em algumas situações, por desconhecimentos, não a temos. No nosso cotidiano, ao não as expressarmos, significam duas coisas: que não queremos nos envolvermos ou que temos opiniões contrárias, porém, não queremos revelá-las. Tais atitudes, não retiram de nós a responsabilidades sobre elas.

  Aos acontecimentos que nos envolvem. Ao nos colocarmos ausentes, indiferentes a eles, tais atitudes, serão vistas como aceitação, da nossa parte, do está ocorrendo conosco ou com os outro e com a sociedade e a natureza.

          Entendida assim, no nosso mundo psicossocial não há como nos ofuscarmos, ao acharmos que através de “ilusórias neutralidades”, nos tornamos neutros. O fato de não explicitarmos o que pensamos, é uma forma imatura de nos protegermos de questionamentos sobre eles, porém, tudo tem as suas consequências e o seu preço. Fiquemos espertos!

           É importante, nesse caminhar pela vida, não deslembrar que, se não levarmos a sério que, em cada decisão tomada e em cada comportamento assumido, há consequências, não só para nós mesmos, mas também, para os outros e para a sociedade,  já que as realidades psicossociais que construímos, mantemos e vivenciamos tem a participação delas.

        Infelizmente, em plena era moderna onde a tecnologia e o conhecimento superam limites, as pessoas ainda pensam que ao dizer depois eu faço, vou pensar etc., que a vida e seu tempo vão esperar.

        Acordemos! Não há como nos isentarmos das nossas responsabilidades. A vida presente não espera nada, nós é que achamos.

       Enfim!!!  “Apreenderam que no mundo psicológico não há neutralidade. Fazemos parte de tudo que nos envolvem.”

Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com visão Quântica.