RACIONALIDADE/IRRACIONALIDADE E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

RACIONALIDADE/IRRACIONALIDADE E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

3 de fevereiro de 2020 Off Por Claudio Lima

Para o Autogerenciamento Vivencial acreditar que um ato (aquilo se faz ou pode fazer) pode ser constituído “sem nenhuma razão” e “não haver nele nenhum tipo de raciocínio”, “nenhum tipo de lógica”, foge à sua compreensão. Para ele, toda ação (atividade, conduta, comportamento, pensamento etc.) precisa de “motivos” para dar início a sua estruturação e de uma lógica para sustentá-la.

É importante destacar que somos nós “os arquitetos” dos nossos motivos. Cada motivo, para ser criado, depende de como percebemos e interpretamos as nossas vivências e a nossa análise é feita tendo como apoio o que acreditamos ser o certo. Muito cuidado com isso, pois “a forma que cada elemento instigador for percebido, interpretado e significado, determinará a lógica a ser seguida ou seja, o modo que iremos vive-lo.”

Se roubar é errado. Nesse caso, todo ato que envolva roubo será percebido e interpretado como errado. Para se praticar um roubo, sem se sentir culpado, será preciso mudar as razões sobre roubar, para aí sim, mudar a percepção e interpretação sobre ele e roubar.

Sendo assim, é por meio dos “motivos edificados por nós”, que a nossa mente irá constituir as “razões e suas lógicas” sobre os elementos instigadores que nos envolvem. Depois de constituídas, passarão a instigar a nossas mentes, a agir de acordo com o que foi elaborado por elas, nos tornando o seu fiel escudeiro. Executaremos o que elas determinam, sem qualquer questionamento ou reflexão e sem nos sentirmos culpados.

Perceberam! O poder de questionar e refletir se faz presente nas nossas mentes, até antes das razões e suas lógicas serem constituídas em relação aos elementos instigadores. Depois de concretizadas, elas passam a exercerem o papel de gestoras das nossas ações em relação aos elementos instigadores.

A nossa racionalidade, tem em si, a qualidade de determinar à nossa maneira de entender e lidar com as situações que nos envolvem, tanto em termos de atitudes, comportamentos, pensamentos e sentimentos, como também, na qualidade das nossas ações (adequadas ou inadequadas).

Se apreendo a traição como algo inadmissível e que ao ser traído, “só a vingança compensará” o malfeito, assim agirei. Tudo de forma lógica, coerente e consciente, logo, sem dúvida ou culpa.

Apreenderam o perigo! A racionalidade e a lógica advinda dela escravizam a mente ao que elas instigam. Nesse olhar, é de fundamental importância, o cuidado, o aprimoramento de si, a análise das consequências de cada decisão e o respeito e o amor a si mesmo, na hora de “elaborar” “as razões” que irão dar vida a cada lógica psicológica. É de estrema importância preocuparmos com o gerenciamento dos motivos que as tecem, como também, buscarmos novos conhecimentos.

Nesse caminhar, não há como justificar ausência da razão e suas lógicas nas nossas ações. Não há como justificar uma ação desprovida de qualquer racionalismo da lógica. Não há como alegar desconhecimento, por parte das pessoas, do intuito do próprio desejo, em relação a uma dada situação.

Ser sensato, não está indexado ao nosso emocional, ao corpo e sua fisiologia e sim ao psicológico, a qualidade da nossa maturidade e saúde psicológica, já que são elas, que irão nos orientar na percepção e interpretação, na construção do nosso raciocínio psicológico em relação as situações que nos envolvem.

Enfim, depois do que foi dito, não há como não concluir que: não há ação desprovida de qualquer processo de racionalidade, o que não significa, que não haverá ações constituídas de “lógicas inadequadas”, entendidas por alguns, como comportamento, atitudes e pensamento irracionais.

Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.