REFEM DE ILUSÃO NO OLHAR DO AGV
12 de julho de 2022A que preço as nossas ilusões são sustentadas?
A ilusão é uma distorção da realidade visando, uma espécie de fuga da realidade, já que, em alguns momentos, as nossas mentes precisam aliviar as angústias, frustrações, sofrimentos, enfim, as carências, que as envolvem. Nos enganamos com os enganos construídos por nós. É um ato psicológico, consciente, lógico e subjetivo.
Não há como ignorarmos o que quer que seja, em termo psicológico, gera consequências boas ou ruins. Tudo dependerá do porquê, do motivo que ela foi criada, do seu elemento instigador e da lógica psicológica que a justifica. Em razão disso, é importante gerenciá-la, tanto na sua criação, como na convivência com ela.
Como é a mente humana que cria e da vida aos elementos instigadores que lhe dão origem, em razão disso, é possível ter uma ação sobre ela. Por isso que a terapia funciona.
A sua construção advém do nosso raciocínio psicológico sobre os elementos instigadores que nos instiga, dando vida as lógicas psicológicas que irão nos guiar na construção das nossas atitudes, comportamentos e pensamentos diante dela e da vida.
Infelizmente, as lógicas psicológicas elaboradas, com a finalidade de nos iludir, nos dará a falsa impressão de que tudo está sob nosso controle e que o imaginado é verdadeiro. Essa compreensão acaba nos impedindo de ter uma visão correta do que nos está acontecendo realmente, nos envolvendo em conflitos psicológicos, com consequências psicológicas ruins para nós. Deixamos de agir quando deveríamos ou melhor, agimos de forma inadequada diante do que nos incomoda.
Nessa situação, a nossa capacidade de julgar as próprias condutas, fica seriamente comprometida por essa irrealidade e devido a isso, não percebemos, com a devida clareza, os efeitos dela sobre nós.
Em razão disso, algumas pessoas, mesmo alertada dos seus efeitos nocivos, têm dificuldade de entender e continuam a acreditar na sua ilusão. Acham que esse é o caminho certo para superar as suas dificuldades vivenciais.
Triste ilusão! Ao ignorarem o mundo real por muito tempo, acabam se desequilibrando psicologicamente, fisicamente e energeticamente e o pior, se aprisionando a ela.
Olha que interessante! Mesmo tendo a ilusão a nos apoiar, a justificar as nossas atitudes, mesmo assim, a nossa realidade se revela e continuamos infelizes, insatisfeitos com as vidas que estamos levando.
Achar que, ao criarmos falsas realidades num toque de mágica, exterminaremos os nossos conflitos psicológicos. É puro engano! Encontraremos, sim, justificativas e não soluções, por isso, essa sensação eterna de insatisfação.
Embora a ilusão, busque em si camuflar a realidade, o que acontece é que ao negá-la, acaba revelando, na verdade, a nossa real realidade. Exemplo: Ao expormos que somos valentões, que não temos medo de nada, estamos, na verdade, revelando os nossos medos.
Ao nos alimentarmos com desejos de reviver, por exemplo, um grande amor, o que acontece é que ficaremos prisioneiro desse desejo, ignorando que o que aconteceu no passado, não pode ser revivido do jeito que aconteceu, só lembrado.
Como intuito de superar dificuldades (seja complexos, traumas etc.), criamos um mundo ilusório, irreal e passamos a viver nele, sem alterar a verdadeira realidade.
E assim vai…
Nos tornamos reféns da ilusão, por não termos coragem de enfrentar as nossas sombras psicológicas. Agimos por livre e espontânea vontade.
Cuidado! Ao viver no mundo mágico da ilusão é tornar-se o gestor do próprio desequilíbrio psicológico. Iludido é aquele que acha que consegue transformar a realidade, apegando-se ao irreal.
Nesse olhar sobre a ilusão, podemos chegar a alguns entendimentos:
Na realidade, ninguém é iludido, ilude-se.
Assim, o que existe é a autoilusão: processo de nos enganar a ponto de considerarmos verdadeiro o que é falso.
A autoilusão pode nos satisfazer temporariamente; porém, as suas consequências, com o tempo, serão trágicas.
Na autoilusão, entramos num mundo imaginário para viver o que, na realidade desejamos, mas não vivemos.
Somos nós que criamos e vestimos as nossas ilusões. Pense nisso!
Quanto mais cedo compreendermos a verdadeira realidade de nossas vidas, mais preparados estaremos para gerenciá-la.
A verdade de cada um de nós só pode ser encontrada, se vivermos a vida com autorrespeito, com autoamor, com autoconsciência e autorreflexão, deixando de ter uma mente robotizada, evitando a estreiteza mental.
Estarmos abertos a novas escolhas, a novas percepções, a novos conhecimentos, contribui para nossa autotransformação.
Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.