O SABER PSICOLÓGICO E SUA DINÂMICA NO OLHAR DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL
14 de junho de 2021Antes de começar, o autogerenciamento vivencial (AGV) considera, em termos didáticos “o saber psicológico”, tal qual uma moeda, composta de duas faces: uma é designada “cognitiva” e a outra, “vivencial” que se complementam.
Também é importante esclarecer, exceção feita aos religiosos, os conhecimentos sejam eles cognitivos ou vivenciais, são criados pela mente humana, porém com objetivos diferentes: Os cognitivos, comuns a todos, visando a parte social e intelectual das pessoas (conceitos científicos, regras sociais etc.). Já o vivencial, representa a individualidade e o psicológico das pessoas, as suas experiências de vida, que as orientam na sua maneira de ser, pensar, agir e que não podem ser vivenciadas pelo outro.
Nesse sentido, “o saber psicológico”, configura uma forma singular de estruturar e entender a vida, onde a autoconsciência/autorreflexão são as suas principais ferramentas para compreensão e autotransformação.
É um saber subjetivo, interacional e transitório, uma vez que, nasce do entrelaçamento entre os “conhecimentos cognitivos e vivenciais” de cada pessoa e as orienta nas suas escolhas, nas suas atitudes, comportamentos e pensamentos e nas suas decisões e interações consigo, com o outro e com a sociedade. Com o que lhe acontece. São saberes indissociáveis da pessoa que os tem. Neles, cada pessoa “idealiza” a importância das suas experiências cognitivas e vivenciais.
O saber psicológico é a ação do sujeito sobre si, na qual as suas ações e reações são compostas de atividades mentais (raciocínio, memória, percepção, interpretação, imaginação…) e expressões motoras e afetivas. Somente o sujeito da experiência é que sabe como utilizá-lo ou mudá-lo nas suas vivencias e transformações.
No processo de construção do saber psicológico, “a experiência” é vista como um encontro ou uma relação com algo que se experimenta que se prova e que serve como parâmetro para as futuras decisões, sejam elas cognitivas ou vivenciais. Dessas experiências se constroem os conhecimentos.
A “experiência cognitiva” – acontece com os conhecimentos que “já existem fora das pessoas”, matemática, física, regras sociais etc. e que são aprendidos por elas. O seu conteúdo é assimilado e repassado, as pessoas, de forma homogênea, logo, comuns a todo. É fruto de conteúdo formal, sistemático, de natureza empírica.
São verdades já prontas que não dependem das experiências individuais das pessoas, como também, já estão inseridos no seu bojo, juízos de valores.
“O conhecimento cognitivo” é resultado de uma acumulação progressiva de verdades objetivas e científicas, arquitetadas por alguns de nós, já aceitas como verdade, a partir das quais, podemos conhecer os acontecimentos antecipadamente e dominá-los.
Em relação a eles, as diferenças entre as pessoas se dão, devido aos seus interesses em conhecê-los.
Já a “experiência vivencial produz conhecimento fruto da nossa individualidade, das nossas interações e escolhas, das nossas vivências. São conhecimentos indexados à percepção e interpretação de cada um de nós. É o saber vivencial que se estrutura na maneira como percebemos e respondemos ao que vai nos acontecendo ao longo da vida.
Perceberam que é através das nossas percepções psicológicas e suas interpretações que construímos o nosso mundo psicológico.
O conhecimento vivencial existe no nosso íntimo, por isso é particular, subjetivo, transitório e indissociável de quem os criou. Nesse sentido, ninguém pode vivenciar, julgar ou mudar a experiência vivencial do outro. Embora, alguns acontecimentos sejam comuns a todos, a experiência vivencial que temos deles é singular e única. Só a pessoa que os criou é quem pode mudá-los. A sua transitoriedade, embora seja possível, é dependente da pessoa para ocorrer.
Outro ponto interessante: quem dá valor e significado ao conteúdo vivencial é a pessoa que vive a experiência. Logo, percepções e interpretações psicológicas inadequadas podem gerar conflitos, traumas psicológicos etc.
Em relação a “transitoriedade do conhecimento vivencial”, é importante destacar que é ela quem permite ao “saber psicológico” ter a qualidade de também ser transitório.
Embora, em alguns momentos, tenhamos dificuldades em mudá-lo, é possível transformá-lo com novos conhecimentos cognitivos e vivenciais.
Essa possibilidade, do saber psicológico, de poder ser transformado pela própria pessoa é que permite a existência da terapia.
Para melhor compreensão leia o artigo “Transitoriedade Vivencial”.
Enfim!
São os conhecimentos cognitivos e vivenciais absorvidos e/ou arquitetados pelas pessoas durante as suas experiências (cognitivas e vivenciais) que dão existência ao seu saber psicológico e esse, por sua vez, dá vida as nossas lógicas cognitivo-vivenciais ou psicológicas que nos orientam nas nossas atitudes, comportamentos e pensamento em relação ao que nos acontece em termos psicológicos.
Para aprofundar no conhecimento, leia o ebook do Autogerenciamento Vivencial editado pela simplíssimo.com.br.
Simplíssimo <ebooks@simplissimo.com.br
Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.