A RAZÃO E SUA DINÂMICA

A RAZÃO E SUA DINÂMICA

19 de julho de 2020 Off Por Claudio Lima

A razão é a faculdade que temos de fundamentar, conhecer, julgar e transformar o nosso mundo cognitivo e vivencial, o nosso raciocínio psicológico. Partindo dessa premissa, podemos concluir que nossos pensamentos, atitudes e comportamentos são lógicos e conscientes; logo, nossas atitudes para a autodestruição ou para a autotransformação também são lógicas e coerentes.

Sem do assim, devemos prestar atenção à responsabilidade que temos ao criá-las, segui-las ou lutarmos por elas. Podemos nos tornar salvadores ou carrascos de nós mesmos. Tudo vai depender delas, das ideias-força, dos elementos instigadores instigadores e suas percepções psicológicas que irão compor as interpretações psicológicas e suas lógicas cognitivo-vivenciais (lógica psicológica).

A razão não tem apenas a função de criar e manter verdades, também é capaz de transformá-las ao mudar o nosso raciocínio psicológico sobre elas. Para isso, basta que sejam modificados os elementos instigadores e/ou suas percepções psicológicas, para mudarmos as interpretações psicológicas e as lógicas que a estruturaram. Desse modo, a partir de conceitos novos, é possível cunhar outras verdades e superar conflitos, como também, construirmos falsas percepções psicológicas, falsas realidades, através da nossa imaginação e vivermos em função delas, porém, sem perder a consciência da verdadeira realidade e sem evitar as suas consequências.

O perigo atual se dá ao apresentar como ideal da mente contemporânea, ter o domínio da razão, mediante “verdades preestabelecidas.” Ao adotarmos essa atitude, acreditamos que passou a existir em nós o senso de justiça e de sabedoria. Temos a sensação de que assim nos tornamos firmes e seguros, e que não mais haverá em nossa mente o desconforto das indagações vivenciais. Na realidade, o endeusamento das verdades preestabelecidas está nos tornando seres alienados, indiferentes, apáticos e submissos.

Para fugir desses olhares e ampliar o entendimento sobre nós e o mundo, só compreendendo a dinâmica da razão de outra forma. Só assim, será possível evitarmos o nosso aprisionamento a dogmas, preconceitos e a falsas verdades. Nesse caso, devemos nos preocuparmos não com as verdades e sim com as razões que a tecem e as suas consequências. Certamente, não é possível um novo olhar sobre nós mesmos, sem essa compreensão.

Nesse sentido, é prudente ter cuidado com a nossa imaginação e submissão, pois elas têm a capacidade de influenciarem a nossa própria razão. Quando isso acontece, a razão imagina ou se submete a essas vivências e, a partir daí, cria falsas percepções psicológicas, falsos juízos, falsas verdades, falsas realidades e o pior, as transformas em orientadoras no processo de construção das nossas realidades.

A razão, além de ser vulnerável aos nossos desejos, ao nosso imaginável, tem a capacidade de se autossustentar daquilo que produz, com unhas e dentes, mesmo que seja desligado da realidade. Muita atenção sobre isso. Nesse sentido, como é importante sermos conscientes e reflexivos na construção das nossas verdades que sustentam as nossas realidades psicológicas. Sendo assim, o nosso mundo interior é vulnerável a elas.

Felizmente, todo ser humano é perfectível, isto é, ele pode elevar-se mentalmente, mas para isso não pode acreditar, de modo incondicional, em verdades preestabelecidas ou imaginadas; mesmo naquelas de origem religiosas ou científicas.

Nota: Como vocês perceberem, para o AGV não existe o confronto entre razão e emoção e sim entre nós e os nossos desejos. A emoção apenas expressa o sentimento despertado pela lógica cognitivo-vivencial. Não tem poder de ação e muito menos, de transformação. O que existe, são lógicas inadequadas que nos envolvem e produzem conflitos e/ou sofrimentos.

 A emoção apenas nos informa em que lógica estamos vivendo e não, como muitos acreditam, escolhe em que lógica iremos viver. Isso é um contrassenso dentro da Psicologia, já que a Psicologia tem como sua mãe a Filosofia, a arte de pensar, refletir e mudar.

 As nossas atitudes não estão determinadas pelo equilíbrio entre razão x emoção e sim pelas escolhas adequadas ou não dos elementos instigadores que irão instigar a razão na constituição das nossas lógicas Psicológicas.

           Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.