AUTOGESTÃO & AUTOSSUGESTÃO NO OLHAR DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

AUTOGESTÃO & AUTOSSUGESTÃO NO OLHAR DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

13 de junho de 2023 Off Por Claudio Lima

Para melhor compreensão da dinâmica do mundo psicológico, o Autogerenciamento Vivencial (AGV) diferencia “reflexão cognitiva da reflexão psicológica ou vivencial”.

A reflexão cognitiva é uma reflexão dirigida por conteúdo, ideias, pensamentos, conhecimentos pré-elaborados, ou seja, estruturados “antes” através de estudos, pesquisas e planejamentos ou seja, faz parte de estratégias que não admitem outro entendimento, outra reflexão.

Por se estruturar em informações pré-elaboradas é uma reflexão dirigida, logo, é aprendida através de uma educação formal ministradas nas escolas, universidades, cursos, workshop, palestras e leituras.

É um refletir sobre verdades prontas que não admitem questionamento, cabendo a cada um de nós, decorá-las e segui-las, o que nos torna dependentes dos conhecimentos que elas apregoam. Nos submetemos passivamente ao que é ensinado.

Essas dependências ocorrem, por meio de processo autossusgestivo, ou seja, fundamentados na “autossugestão”.

Em termos terapêuticos, a postura do paciente é passiva em relação ao conteúdo passado, já que é uma reflexão pronta e dirigida. Simplesmente, segue-se o que está sendo ensinado.

Nesse tipo de reflexão, as mudanças dependem do que é repassado pelo terapeuta ou orientadores de cursos, workshop, palestras etc.

É como uma receita, por exemplo de bolo, segue o que está estabelecido. Se o bolo não cresceu foi por que você não seguiu a receita, ou seja, cometeu algum erro na hora de aplicá-la. Tente de novo até acertar.

Nos momentos de crise, tais pacotes até que funcionam bem, uma vez que produzem alívios momentâneos, nos dando a sensação de que encontramos a solução. Passada a euforia, tudo volta ao que era.

O perigo é que criam dependências, justificativas, apegos, que embotam a nossa capacidade de autoconsciência e autorreflexão e devido a isso, não fazemos as reflexões necessárias para resolvermos os nossos conflitos, traumas etc. de forma apropriada.

É muito procurada por pessoas que não querem assumir a responsabilidade sobre os seus conflitos e precisam criar justificativas para que não sejam sufocadas pelas suas dores ou pelos seus sentimentos de culpas. Essas pessoas estão sempre em busca de soluções “fora de si”.

Já a reflexão psicológica ou vivencial é uma reflexão elaborada por nós sobre o que nos acontece em termos psicológicos, tendo como referência o nosso mundo das experiências, das vivências, das interações, dos desafios, das descobertas, dos conflitos etc.

Ela se estrutura de acordo com os nossos entendimentos, ou seja, das nossas percepções e interpretações psicológicas em relação as nossas vivências, aos nossos conflitos e traumas etc., buscando entender as lógicas que deram vida aos elementos instigadores, aos pensamentos e aos nossos comportamentos.

É por meio delas, que construímos os nossos conhecimentos, as nossas verdades, os nossos entendimentos, as nossas soluções, as nossas atitudes, comportamentos, pensamentos etc., sobre os motivos que nos envolvem psicologicamente. As ferramentas usadas para tal finalidade são a “autoconsciência e autorreflexção”.

Como é uma reflexão da pessoa sobre o que lhe acontece, o processo utilizado para tal finalidade é o da “autogestão”. Procedimento esse, estruturado em conceitos lógicos e não emocionais.

Um ponto importante: as verdades, as soluções etc. elaboradas são restritas a quem as construiu e só podem ser mudadas por quem lhe deu vida.

Outro ponto: não constroem aprendizados, verdades e conhecimentos universais e nem ditatoriais, logo, só podem ser mudados, de acordo com novos entendimentos, elaborados por nós. É um ato de “autocorreção”, já que vivemos em função de um “condicionamento por autogestão”.

O “autoquestionamento” é o caminho que nos possibilitará ter novos entendimentos sobre as nossas verdades, nossos conflitos etc.

É a ferramenta que nos dá firmeza e nos estimula a usar a nossa força interior.

Nesse olhar, a superação do conflito só ocorrerá se houver, da nossa parte, o convencimento de que estamos no caminho errado, caso contrário, não será possível haver mudanças.

Enfim!

É importante ter atenção ao buscar ajuda terapêutica, pois há diferença entre esses dois processos terapêuticos e os seus efeitos psicológicos sobre quem busca a compreensão de seus traumas, conflitos, frustrações, decepções etc.

Autor: Cláudio de Oliveira Lima – Psicólogo – Idealizador e Especialista do Autogerenciamento Vivencial (AGV) e desenvolvedor de uma Psicologia com uma visão Quântica.